A computação quântica promete resolver problemas matemáticos complexos de forma significativamente mais rápida do que os computadores clássicos, o que poderá comprometer os atuais sistemas de encriptação e deixar dados sensíveis expostos a ciberameaças. Uma das soluções em desenvolvimento é a distribuição de chaves quânticas (QKD), uma tecnologia essencial nesta nova era da segurança digital. Contudo, a QKD apresenta limitações de alcance terrestre, restrito a cerca de 100 quilómetros, sendo necessário recorrer ao espaço para garantir cobertura global. É precisamente neste contexto que Colt, Nokia e Honeywell irão testar soluções de encriptação seguras contra ataques quânticos, tanto via satélite como em redes submarinas, elevando o nível de resistência das infraestruturas às ameaças futuras.
Estes testes incluirão o uso de satélites em órbita terrestre baixa para distribuir chaves quânticas de forma segura em comunicações de longa distância, nomeadamente transatlânticas. Este avanço é particularmente relevante para sectores que lidam com grandes volumes de dados sensíveis, como as instituições financeiras, a saúde, a indústria farmacêutica e organismos governamentais.
Os responsáveis das três empresas sublinharam a importância desta colaboração para antecipar os desafios da cibersegurança do futuro. A Colt destacou o seu compromisso em proteger os clientes dos riscos emergentes, a Nokia reforçou a necessidade de garantir a resiliência das redes face às vulnerabilidades quânticas e a Honeywell realçou a sua experiência no setor aeroespacial e o papel determinante das suas missões dedicadas à criptografia quântica.
Antes do início dos testes, foi elaborado um white paper intitulado "The Journey to Quantum-Safe Networking", que detalha os riscos, as ameaças e as oportunidades associadas à criptografia quântica. O documento pode ser consultado aqui.
Este projeto dá continuidade à iniciativa lançada pela Colt em março passado, que visa o desenvolvimento de redes terrestres seguras para a era da computação quântica.