O lançamento de Planet Alpha foi um momento marcante para a reconhecida criadora e editora de jogos Team17, uma vez que este foi o seu 100º lançamento desde foi fundada em 1990.
Em Planet Alpha, tudo começa após a queda de um astronauta humanoide num planeta desconhecido e bizarro. Ferido, sozinho e abandonado o nosso personagem é obrigado a aventura-se através de um mundo alienígena desconhecido, explorando ambientes exuberantes e repletos de vida, enquanto tenta manter-se vivo.
Desprovido de diálogos ou explicações, este é um planeta onde parece existir uma simbiose perfeita entre animais e plantas, onde flores coloridas gigantes saltam à vista enquanto estruturas maciças se expandem e brilham à medida que a noite cai. O estilo de arte, muito à base de cores fortes, funciona muito bem graças a uma utilização inteligente de sombras, iluminação e uma câmara que se aproxima e distancia suavemente de acordo com cada situação.
Mas este nem tudo é pacifico em Planet Alpha, pois a harmonia entre as luzes neons e animais gigantes voadores é quebrada por uma espécie alienígena robótica, que chega com a intenção de destruir tudo o que mexe, incluindo o nosso personagem. Sem qualquer arma ou ferramenta, cabe-nos utilizar os elementos do cenário e técnicas furtivas para evitar este inimigo, e uma capacidade muito especial... a de controlar o ciclo dia-noite, ou seja, em qualquer altura podemos passar do dia para a noite e vice-versa, mudando por completo o ambiente à nossa volta. Temos por exemplo plantas que abrem em determinadas alturas do dia e que servem de plataformas para ultrapassar um obstáculo, ou até mesmo ilhas flutuantes que mudam de sitio do dia para a noite. Uma utilização estratégica desta técnica é crucial para progredir no jogo.
A jogabilidade de Planet Alpha é relativamente simples. Esta baseia-se num modelo "side-scrolling" 2D, onde somos convidados a viajar por um mundo repleto de obstáculos. Podemos saltar, agarrar as bordas dos penhascos, escalar trepadeiras e rastejar por pequenas aberturas. Em algumas fases que é necessário fugir ao inimigo, podemos utilizar a vegetação para nos escondermos, ou manusear pedras para superar obstáculos. Existem também ambientes paralelos com baixa gravidade, onde o nosso personagem dá saltos enormes de plataforma em plataforma, muitas vezes impulsionado pelo movimento das mesmas.
Em cada fase, somos colocados à prova por inúmeros quebra-cabeças, alguns mais difíceis de superar que outros. Alguns quebra-cabeças passam por alinhar constelações ou corpos planetários flutuantes para desenhar uma certa forma inteligentemente sugerida. A maioria dos desafios é relativamente simples, mas de tempos a tempos surge um mais elaborado. Mais uma vez, a manipulação do ciclo dia-noite representa a solução para a maioria deles, mas a utilização estratégica dos elementos do cenário, que seja para uma ação furtiva ou ultrapassar um inimigo a alta velocidade, também pode assumir uma grande importância.
A acompanhar a aventura temos uma banda sonora que encaixava bem no jogo, fazendo um bom trabalho de comunicação ao longo dos vários cenários e níveis de intensidade. Sem qualquer diálogo, a componente de áudio não é tão espetacular como os gráficos ou jogabilidade, mas desempenha o seu papel de forma competente.
Conclusão
Planet Alpha é um jogo que nos deixou encantados pelos seus ambientes belos e exuberantes, e pela jogabilidade simples mas desafiante. A combinação das cores com as sombras e movimento da câmara, oferece-nos uma visão única sobre um mundo que não queremos deixar de explorar.
Por vezes, a complexidade dos quebra-cabeças deixa-nos um pouco confusos ou até frustrados. No entanto, depois de superar cada obstáculo, chega o sentimento de realização e a vontade de continuar a aventura.
Planet Alpha foi desenvolvido pela produtora independente Planet Alpha ApS e lançado pela Team17 para PC, XBox One, PlayStation 4 e Nintendo Switch.