Em 1992, a Microsoft lançou o Windows 3.1, um verdadeiro marco na história da computação pessoal. Esta versão representou a consolidação da interface gráfica nos PCs, deixando para trás o mundo árido das linhas de comando do MS-DOS. Pela primeira vez, milhões de utilizadores em todo o mundo puderam aceder a um sistema visual mais intuitivo, com janelas sobrepostas, ícones e menus suspensos - conceitos que hoje parecem banais, mas que naquela altura eram revolucionários.
O Windows 3.1 não era um sistema operativo completo no sentido moderno: dependia do MS-DOS para arrancar, funcionando como uma espécie de camada gráfica adicional. A instalação fazia-se através de disquetes de 3,5 polegadas, num conjunto que podia chegar a oito unidades. O processo começava inserindo a primeira disquete, arrancando o computador com o DOS já instalado, e executando o ficheiro SETUP.EXE. A partir daí, o programa de instalação ia pedindo as disquetes seguintes, num ritual que podia demorar facilmente uma hora - e que exigia paciência e atenção, já que a falha de uma única disquete obrigava muitas vezes a reiniciar tudo do início.
Apesar da simplicidade técnica para os padrões de hoje, o Windows 3.1 introduziu novidades importantes: suporte para fontes TrueType, o clássico Write, o Paintbrush, o Gerenciador de Programas e o Gerenciador de Ficheiros. Jogos como o Paciência e o Campo Minado faziam já parte do pacote, tornando-se rapidamente um vício para muitos utilizadores.
Um ano depois, em 1993, a Microsoft lançou o Windows for Workgroups 3.11, uma evolução que acrescentava suporte nativo a redes locais. Esta versão permitia partilhar ficheiros e impressoras entre computadores, tornando o ambiente Windows mais interessante para empresas e escritórios. Pela primeira vez, os PCs com Windows podiam ser facilmente ligados uns aos outros sem necessidade de software adicional caro ou configuração de drivers complexos no DOS - uma pequena revolução que antecipava o futuro das redes domésticas e corporativas.
A chegada do Windows 3.1 e 3.11 aos computadores pessoais representou um enorme salto qualitativo face ao MS-DOS puro. Foi o início da democratização da interface gráfica no PC e o primeiro passo rumo ao Windows 95, que mudaria para sempre o modo como as pessoas usavam computadores. Estes sistemas trouxeram o computador gráfico para dentro das casas e dos escritórios comuns, tornaram o rato um periférico indispensável e habituaram os utilizadores à lógica de janelas, arrastar e largar, menus e barras de ferramentas.
Hoje, graças ao trabalho de preservação de sites como o Internet Archive, é possível reviver esta experiência histórica. Quem quiser instalar o Windows 3.1 numa máquina virtual ou física pode descarregar gratuitamente as imagens de disquetes originais e até testar o sistema diretamente no navegador.
Se quiser reviver esses tempos, saiba que é possiível aceder através deste site a um emulador que o transportará para os inícios da década de 90.
A magia de ouvir o som da disquete a rodar, de ver o Gerenciador de Programas abrir-se lentamente ou de jogar uma partida de Paciência original está apenas a um clique de distância. Porque o passado da informática também merece ser explorado, preservado e celebrado.